terça-feira, 21 de outubro de 2008

Lindemberg teme ser morto na cadeia e advogada fará a defesa

SÃO PAULO - Preso no CDP de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, teme ser assassinado dentro da cadeia. Lindemberg está preso desde o fim do seqüestro de Eloá Cristina Pimentel da Silva, de 15 anos, que teve a morte cerebral decretada na noite de sábado após ser atingida por duas balas - uma na cabeça e uma na virilha - no fim da tarde de sexta. A advogada Ana Lúcia Assadi assumiu a defesa de Lindemberg e deu entrevista à Rede Record na manhã desta segunda-feira, 20.

Corpo de Eloá chega ao cemitério de Santo André


Corpo de EloáSÃO PAULO - O corpo de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, chegou por volta das 15 horas desta segunda-feira, 20, no Cemitério Santo André, na Vila Humaitá. Uma multidão esperava o corpo da jovem para acompanhar o velório. O caixão branco está coberto de flores coloridas e não está lacrado. A mãe de Eloá chegou ao cemitério e recebe conforto de parentes e amigos. chega ao cemitério de Santo André

Conanda pede instauração de inquérito contra PM no caso Eloá

SÃO PAULO - O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) pediu nesta segunda-feira, 20, a instauração de inquérito para apurar a responsabilidade dos disparos que mataram Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, e feriram sua amiga, Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos. Ambas ficaram em poder de Lindemberg Alves, de 22 anos, por mais de 100 horas, em Santo André. No comunicado, o órgão da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) também repudia a maneira conforme a operação foi conduzida pela Polícia Militar.

Leia o depoimento de Nayara após ser libertada por Lindemberg


SÃO PAULO - Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos, é considerada a principal testemunha do caso Eloá. A menina deve ter alta hospitalar na quarta-feira, 22, e seu depoimento é essencial para saber o que aconteceu antes e depois da invasão do Gate no apartamento onde ela e a amiga eram mantidas reféns por Lindemberg Alves, de 22 anos - ela pode, por exemplo, esclarecer se houve ou não um disparo antes da invasão. Nayara foi solta por Lindemberg na noite de terça, 14, mas voltou ao apartamento na manhã da quinta-feira, 16, com o objetivo de negociar o fim do seqüestro, que terminou de maneira trágica: Eloá levou dois tiros, um na cabeça e um na virilha, e teve a morte cerebral declarada na noite de sábado

EM CIRURGIA BEM-SUCEDIDA,JOVEM RECEBE PULMÃO DE ELOÁ


A cirurgia para o transplante de pulmão doado pela família de Eloá Cristina Pimentel Silva, de 15 anos, para uma jovem de 18 anos, terminou por volta das 13 horas e foi um sucesso, segundo primeiras informações do Instituto do Coração (Incor), onde ocorreu o transplante. O Incor ainda não divulgou um boletim sobre o estado de saúde da transplantada.Também na manhã de hoje foi transplantado o coração da adolescente, para uma mulher de 39 anos. Eloá morreu após ser baleada pelo ex-namorado, Lindembergue Fernandes Alves, de 22 anos. Ela foi mantida refém por 101 horas por Lindembergue, entre segunda e sexta-feira da semana passada.

Caso Eloá: Jornal português diz que ação da polícia foi 'desastrada'

A "desastrada" ação polícia paulista pode ter sido responsável pelo trágico desfecho do seqüestro que levou à morte da adolescente Eloá Cristina Pimentel, diz uma matéria publicada na edição desta segunda-feira do jornal português Correio da Manhã.
Eloá, de 15 anos, foi mantida como refém durante cinco dias pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes, em um apartamento em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.
A adolescente foi baleada durante a invasão policial no cativeiro e teve a morte cerebral confirmada na madrugada de domingo.
"As circunstâncias em que a adolescente foi baleada continuam pouco claras, mas a polícia paulista aparece cada vez mais como grande responsável pelo trágico desfecho do mais longo seqüestro do gênero no Estado de São Paulo", diz a matéria, assinada pelo correspondente do jornal em SP, Domingos Serrinha.
Além de Eloá, uma amiga da adolescente, Nayara Vieira, também foi mantida como refém e acabou sendo baleada com um tiro no rosto pelo seqüestrador. A menina está internada em recuperação.
'Desastrada'
Segundo o jornal, há um conflito entre a justificativa da polícia em invadir o cativeiro e a declaração de repórteres que cobriam o caso do lado de fora do apartamento.
O diário cita a afirmação da polícia de que a decisão sobre a invasão teria sido tomada depois que barulhos de tiros foram ouvidos do lado de fora do cativeiro. No entanto, os repórteres ouvidos pelo jornal afirmam que os tiros só foram disparados depois da invasão policial no apartamento, cuja porta foi detonada com explosivos.
"Fica cada vez mais claro que foi a desastrada invasão policial, ocorrida quando um promotor de Justiça e um advogado contratado pela família de Lindemberg já o tinham convencido a entregar-se, que fez com que ele atirasse sobre as adolescentes", afirma o jornal.
De acordo com o Correio da Manhã, Eduardo Félix, que comandou a operação policial, "piorou as coisas ao afirmar que a polícia não abateu o seqüestrador por ele não ser um bandido e sim um jovem trabalhador a sofrer por amor".
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